O desastre anunciado

1 - Ele, Vítor Bruno, diz que, pela primeira vez, sentiu a equipe cansada na segunda parte do desafio da Luz. Insinuava assim que o facto de ter tido um dia de descanso a menos entre os jogos europeus poderia ajudar a compreender o naufrágio desordenado da nau portista naqueles 45 minutos que os benfiquistas baptizaram de "históricos". Gostaria de concordar com ele, mas, infelizmente, não posso: de há muito que sinto a equipeacansada – em particular, no final dos jogos. Esse déficite de preparação física da equipa, que já aqui tinha assinalado, anda, aliás, a par com outros déficites visíveis para quem conhece aqueles jogadores e aquele clube: um déficite de preparação psíquica para aguentar firme nos momentos decisivos; um déficite de preparação das bolas paradas, que chega a originar cobranças ridículas, como se viu em Roma; um déficite de treino do guarda-redes, que faz de Diogo Costa uma estátua de cera pregada à linha de golo; e, sobretudo, um déficite de motivação colectiva e individual que contraria todo o ADN da equipa. Tudo isto acumulado, e não o cansaço, explica o desastre e a humilhação da Luz, em nada surpreendente para quem tem estado atento à evolução do FC Porto de Vítor Bruno.

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