Ficou ontem cumprido o primeiro mês sobre a conquista do título mundial por parte do Brasil – um insólito pentacampeonato –, na final com a Alemanha (2-0), em Yokohama, no Japão. E não tardou muito para que as celebrações dessem lugar ao habitual ror de controvérsias e intrigas tão comuns no caótico futebol brasileiro, deixando logo dúvidas sobre a capacidade de aquele país lidar com as vitórias, ou melhor, de saber aprender com elas.
A própria selecção brasileira foi a primeira a iniciar a polémica, ainda no relvado da final, com a sua comitiva a festejar o título de uma forma que ia contra as directrizes da FIFA. As questões continuaram no Brasil durante os festejos com a população, devido à evidente desorganização do cortejo que pretendia percorrer três cidades no mesmo dia, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, mas que acabaria por se ficar na primeira, com amputações nas outras duas.
Mais recentemente foi a disputa verbal entre Scolari, o treinador que passou de besta a herói do povo no pequeno período que durou o Mundial 2002, e Ronaldo, um dos obreiros do título com os seus oito golos. Antes, já “Felipão” havia atacado a maior figura do futebol brasileiro: Pelé. “Ele nada percebe de futebol. Se queremos ganhar qualquer coisa, basta ouvir Pelé e fazer exactamente o contrário”, disse Scolari.
MAIS CONFUSÕES. Mas as intrigas não se verificaram apenas na selecção. O futebol local também não aprendeu com o pentacampeonato. Em Julho, Edmundo dos Santos Silva foi o primeiro presidente a ser afastado do Flamengo em 106 anos de história do popular clube carioca, sendo acusado de usar dinheiro do mesmo em proveito próprio.
Já o campeonato brasileiro – cujo início está previsto para daqui a menos de duas semanas – continua sem saber se o Caxias ou o Figueirense entra em prova.
Enfim, em apenas um mês de campeões mundiais, voltou a normalidade ao futebol brasileiro.
Felipão volta ao banco
Luiz Felipe Scolari vai manter-se à frente da selecção brasileira no jogo particular frente ao Paraguai, no dia 21, em Fortaleza, anunciou ontem a CBF. O técnico ainda não divulgou qual vai ser o seu futuro.
Há oito anos foram electrodomésticos
Quando o Brasil conquistou o seu quarto título mundial, há oito anos, nos Estados Unidos, os problemas também surgiram mal a competição terminou. No regresso a casa, o avião que transportava a “canarinha” vinha sobrelotado com electrodomésticos comprados em terras norte-americanas. A questão é que os bens não foram declarados na alfândega, causando um verdadeiro embaraço ao Governo brasileiro. As autoridades fecharam os olhos, mas, em protesto, o responsável pelos serviços aduaneiros demitiu-se.
Cortejo apedrejado
Dois dias depois da conquista do pentacampeonato, os campeões mundiais chegaram ao Brasil em clima de festa e euforia. Mas o cortejo que haviam programado para o Rio de Janeiro teve de ser amputado, devido às horas de atraso verificadas no anterior desfile em Brasília. Os adeptos cariocas não gostaram e alguns apedrejaram o autocarro da selecção.
Excessos na festa
No desfile em Brasília, não caíram bem as celebrações do guarda-redes Marcos e do avançado Vampeta, que envergaram as camisolas dos seus clubes (Palmeiras e Corinthians, respectivamente). Já Cafú, logo a seguir ao jogo da final, surgiu no relvado com a camisola inscrita: “100% Jardim Irene”. Américo Faria, supervisor da CBF, já avisou que vai ter uma conversa com os três.
Scolari ‘vs’ Ronaldo
O seleccionador brasileiro deu no final da semana passada uma entrevista à Rádio Guaíba, na qual criticou, inexplicavelmente, Ronaldo, o melhor marcador do Mundial 2002, dizendo que o mesmo não voltaria “a jogar a 100 por cento” e que é um jogador “muito mimado”. Scolari veio ontem dizer que as palavras dele foram extrapoladas, mas já não foi a tempo de impedir uma controvérsia.
Ronaldo ‘vs’ Scolari
Como seria de esperar, o “Fenómeno” reagiu às “bocas” de Scolari no dia seguinte. Em resposta, o avançado do Inter de Milão garantiu estar a “200 por cento” e comentou o facto de o técnico o considerar mimado: “É estranho que em dois meses de convivência no Mundial ele não me tenha falado nisso”. Mas o jogador não quis dar importância à questão, fazendo, até, votos para que “Felipão” continue no “escrete”.
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